Desde

Desde

26.1.12

Encontro Marcado

A morte todos os dias toma o cha das cinco com a vida. Sempre pontual. Sempre austera. Sempre severa. Tem gente que corre da morte, mas tem gente que corre pra ela. Democratica, ela nao tem preferencia: nem preto, nem branco, nem mulher, nem homem, nem velho, nem novo, nem rico, nem pobre... nem criança. As vezes, a morte so pede passagem; as vezes, passa por perto; outras, se acomoda, vai ficando; ou ainda, chega de vez e fulmina. Quando pede passagem, esconjura; quando passa por perto, arrepia; quando se acomoda, tortura; mas quando chega de vez, calmaria. Eu ja tive mais medo da morte, hoje ela é quase vizinha. Mora na rua de tras, na casa de um conhecido; na lembrança de um amigo; no meu album de retratos. No fim, tudo sempre termina: ou a gente deixa que a morte acabe com a nossa vida, ou a gente deixa a nossa vida maior do que a morte de todo dia.

2 comentários:

bibi castro disse...

Adorei Juliana ,lindo texto!

Claudia Freitas disse...

Juliana, eu tinha escrito um texto elogiando e tal. Mais profundo mas, não sei como, apagou na hora de enviar. Não dou conta de refazer o mesmo comentário. Esse é um assunto muito mal resolvido na minha cabeça, ainda.
Lembro que disse que você foi suave, delicada e teve classe na escolha das palavras e muito bom gosto na escolha da imagem. Bjos.